- Área: 277 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Shengliang Su, Shibiao Cao, Vanke Songhua Lake Resort, Shardisland
Descrição enviada pela equipe de projeto. O "palco da floresta" do resort do lago Songhua, em Jilin, na China, está implantado em meio a uma paisagem montanhosa, confinado entre a encosta a floresta.
Durante o verão, a paisagem é tomada por uma vegetação exuberante enquanto que no inverno, uma grossa camada de neve branca cobre a geografia montanhosa de Jilin. Tendo em vista a sua profícua localização, com deslumbrantes vistas panorâmicas para as montanhas, esta era uma oportunidade única de construir um "marco natural" de referência junto ao Lago Songhua, cuja programação indefinida do projeto, exigia um alto grau de deliberação por parte dos arquitetos. A implantação exata e a forma triangular deste “palco"contemplativo só foram determinadas após uma análise completa das condições do terreno. O principal objetivo e maior desafio deste projeto, era como implantar esta estrutura de forma a impactar o mínimo possível no terreno existente e maximizar ao máximo as vistas a partir do edifício. Finalmente, a partir da plataforma construída, é possível sentar-se sobre o alto da colina e avistar ao longo da linha do horizonte, a famosa paisagem natural do lago Songhua.
Descendo a montanha em direção ao local, o edifício se eleva delicadamente sobre a paisagem sinuosa, como uma folha que flutua na superfície d'água. Implantado em meio as duas vias de acesso, a trilha na floresta e a pista de esqui, o edifício evita obstruir a vista para o lago e as montanhas e ainda potencializa a experiência espacial ao induzir uma tensão entre o balanço da estrutura e a volatilidade da paisagem circundante. É como se este palco brotasse da floresta, flutuando sobre a pista de esqui que passa logo abaixo, procurando um ponto de equilibro entre a horizontalidade do lago e a verticalidade da montanha.
O projeto combina a aspereza de seus materiais com a sensualidade de suas formas. Visto de longe, este “palco” se revela como um monólito escuro que arrebata a paisagem sobre uma sólida “base” de concreto. Aproximando-se, o reflexo sobre a superfície carbonizada da madeira da fachada (Shou-Sugi-Ban) torna-se lentamente mais e mais evidente - chegando a produzir tons prateados como se fosse um espelho de gelo refletindo a branquidão desta paisagem gélida. Percorrendo o sinuoso percurso de acesso através da árvores, chegamos a este monumento à natureza, onde toda a sua materialidade finalmente torna-se tangível e não mais etérea.
O interior é como uma coreografia cuidadosamente planejada. Ao entrar no vestíbulo de concreto, no exato momento em que nossos olhos se adaptam à luz esmaecida, podemos acessar esta vista infinita que aponta para as montanhas e o horizonte mais além, logo, a escada nos indica o único percurso possível que nos guiará através de seus espaços. A partir do "mirante-palco" no pavimento superior, é possível finalmente ter uma excelente vista panorâmica para o lago Songhua e a paisagem montanhosa, seja em dias ensolarados ou oculto em meio as névoas da manhã, um momento único, uma experiência excepcional.
Existem duas aberturas de formas ovais neste volume sóbrio de linhas geométricas, uma no teto, em forma de abertura zenital, e outra no piso, intrigando as pessoas que passam sob o balanço ou aquelas que observam os transeuntes logo abaixo. A superfície das paredes de cedro vermelho não tratado se revela em toda as suas cores e tons, contrastando com o exterior cinzento do edifício.
Os arquitetos da META-Project acreditam que projetar em meio à natureza é como forjar um diálogo entre a paisagem e as pessoas. O “Palco da Floresta” não é apenas um mirante, é um espaço público flexível onde é possível realizar eventos e reunir as pessoas, abrigar exposições, reuniões e workshops. O edifício foi concebido com o objetivo de estimular as pessoas a explorar a natureza e descobrirem-se parte dela.